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Guarapiranga: tanto verde que nem parece São Paulo


Escrito por Abril BrandedContent

A Represa do Guarapiranga já trouxe medalhas olímpicas para o Brasil e é tesouro natural escondido na Zona Sul

Foto: Febrisolla/Wikimedia commons. Legenda: Vista aérea do Parque Ecológico Guarapiranga: um amplo horizonte de possibilidades à espera da sua visita.

Duas avenidas de grande circulação margeiam a área que é um tesouro preservado da natureza paulistana. De um lado, a Avenida Atlântica (antiga Robert Kennedy), do outro, a Avenida Guarapiranga. As duas dão acesso à Represa do Guarapiranga, o melhor lugar para praticar vela em São Paulo.

O #hellocidades, plataforma de Motorola que incentiva a reconexão entre pessoas e suas cidades por meio do uso consciente da tecnologia, foi conhecer histórias inspiradas pelas águas da represa e explorar os melhores ângulos da região.

Desde que Richard Paul Andersen tinha sete anos de idade, sua vida gira em torno da Guarapiranga. Ainda criança, Dick, como é chamado, acompanhava seu pai a velejar no barco de um amigo e rapidamente pegou gosto pela atividade. O menino cresceu e jamais se distanciou da represa: cursou faculdade de educação física e administração para poder trabalhar como instrutor de vela.

Aos 59 anos, Dick atualmente é dono e professor da escola de vela Dick Sail, que tem como base o Yacht Club Paulista (Estrada do Itupu, 1077). Além de aulas de iatismo e aluguel de barcos, Dick ministra também cursos dedicados ao ensino do esporte para crianças carentes. “A vela aproxima da natureza, principalmente as crianças. Dá para sentir a água de perto, e isso ajuda a conscientizar sobre questões ambientais”, explica.

Ao contrário de Dick, que praticamente nasceu na água, Fábio Araújo Costa só conheceu a represa quando já era estudante universitário. A Escola Politécnica da USP, onde cursava engenharia naval, recebera um barco e os alunos tiveram a ideia de leva-lo à Guarapiranga para velejar e testar aplicações práticas daquilo que aprendiam em aula.

Em pouco tempo, Fábio inauguraria o grêmio da vela na Poli, cujas atividades são realizadas até hoje, nove anos depois de sua fundação. “Velejar estreita a relação com a natureza. Você nota mais a água, os ventos, as nuvens, as árvores”, afirma o engenheiro.

Celeiro de medalhas

Muitas das medalhas de bronze, prata e até ouro que o Brasil conquistou nos Jogos Olímpicos foram gestadas na Represa do Guarapiranga. O esporte já trouxe ao país 18 delas, e a primeira tem sua origem nessas águas.

Na Cidade do México, em 1968, Reinaldo Conrad subiu ao pódio junto do holandês naturalizado brasileiro Burkhard Cordes para receber a medalha de bronze na categoria Flying Dutchman. Foi a primeira vez que a vela brasileira chegou entre os três primeiros colocados em uma Olimpíada. Reinaldo repetiria a dose em 1976, em Montreal, mas dessa vez ao lado de Peter Ficker.

A Guarapiranga foi o berço de Conrad no esporte. Desde criança, ele frequentava os clubes de iatismo da represa, atividade que pratica até hoje. E ele não é o único. Todo ano há eventos e competições de vela por lá. Em novembro de 2017, etapas do Campeonato Paulista de Vela foram realizadas e premiaram nomes como o campeão mundial Alexandre Paradeda (categoria Snipe) e o campeão olímpico de Moscou, em 1980, Alex Welter (categoria A-Class).

Quem também sempre está por perto da represa é o bicampeão olímpico Robert Scheidt, atleta do Yacht Club de Santo Amaro (R. Edson Régis, 481). “A represa, para iniciação, é muito boa para o velejador entender como funciona o regime dos ventos e melhorar a técnica, por ser um local mais protegido”, explicou o cinco vezes medalhista olímpico e maior nome da categoria Laser em todos os tempos.

Natureza pela água ou pela terra

“A represa vista de dentro do barco é um mundo à parte, no qual você se sente como se estivesse fora de São Paulo”, explica Fábio. Nos iate clubes ou em escolas de iatismo, como a Dick Sail e a Tempo Wind & SUP Clube, é possível contratar aulas também de windsurfe ou stand-up paddle e alugar barcos para explorar aquilo que a Guarapiranga tem de melhor.

De barco, um dos passeios mais encantadores dura quatro horas e avança até a margem mais ao sul da represa, onde a natureza está mais preservada. Uma das atividades mais recorrentes é o traslado até uma de suas ilhas, onde há até churrasqueiras.

Mas não é só na água que dá para curtir a Guarapiranga. O Parque Ecológico Guarapiranga (Estrada do Riviera, 3286) compreende uma área de mais de 150 mil metros quadrados e recebe visitas de terça a domingo, das 8h às 17h.

A atração mais procurada por lá é a Trilha da Vida. São apenas 65 metros de travessia, mas parece uma eternidade por um motivo: ela só pode ser feita de olhos vendados. Para curtir a experiência sensorial, é preciso agendar pelo telefone do parque: (11) 5517-6707. Até oito pessoas podem formar um grupo para a trilha.

Pertinho da sede fica o Museu do Lixo, exposição de 300 peças que foram retiradas de dentro das águas: há brinquedos, televisores e até um carro. A ideia é mostrar ao público que esse paraíso escondido na Zona Sul da cidade corre perigo se não cuidarmos bem dele.

Agora que você já sabe o que vai encontrar lá, é hora de planejar sua visita à Represa de Guarapiranga. Pode tirar o celular do bolso, porque as paisagens que você verá são imperdíveis e merecem ir parar nas redes sociais. Compartilhe seus momentos com a hashtag #hellocidades e incentive todo mundo a viver novas experiências em São Paulo! Para conhecer outras formas de redescobrir a cidade, acesse hellomoto.com.br.

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