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A nova cena brasileira de colagem


Escrito por Motorola

Conheça os artistas que trabalham com fragmentos colados de papeis, jornais e outros impressos

Desde o advento do papel, inúmeros artistas têm incorporado camadas do material em suas obras. Mas foi só no começo do século XX, com os experimentos cubistas de Pablo Picasso e Georges Braques, que a colagem adquiriu status de arte. O termo, que vem do francês “coller”, descreve trabalhos compostos por fragmentos colados de papéis, jornais, tecidos, fotografias e elementos variados. O amontoado de formas , não raro, dá origem a imagens totalmente únicas e inusitadas — e com uma boa dose humor!

Após a Segunda Guerra Mundial, artistas das vanguardas surrealista e dadaísta continuaram no espírito da colagem, incluindo em suas obras objetos e esculturas fora de seus contextos originais. Em paralelo, nomes como Jean Arp e Henri Matisse viram no movimento o potencial do abstracionismo, e começaram a utilizar pedaços de papéis colados em suas composições.

Nos anos que sucederam a Segunda Guerra Mundial, a colagem se consolidou ainda mais como forma de expressão, principalmente com o surgimento da Pop Art. Richard Hamilton, um dos pioneiros no mix entre arte e cultura pop, é um bom exemplo disso. O artista ficou famoso por suas colagens irônicas, utilizando pedaços de revistas e propagandas.


“Just what is it that makes today’s homes so different, so appealing?”, Richard Hamilton, 1956

No Brasil, a paulistana Teresa D’Amico foi uma das primeiras artistas a enveredar pela colagem, fazendo justaposições inesperadas que flertavam com o realismo fantástico. Carlos Scliar e Jorge de Lima são outros dois nomes de peso na história da colagem brasileira, este último flertando ainda com a fotomontagem poética.

Agora, a colagem no Brasil — e no mundo — está mais viva do que nunca. Um grupo de jovens artistas tem chacoalhado o meio das artes e mostrado que cortar e colar não é só brincadeira de criança. Selecionamos alguns nomes brasileiros para você conhecer e ficar de olho.

GABRIELLA GARCIA

A carioca de 25 anos é o nome por trás do COLLA GG, projeto que transita entre colagens usando livros e revistas recuperadas, além de esculturas, vídeos e instalações. “Considero a colagem a mãe da minha pesquisa, onde tudo começou e ainda não está perto de terminar. Com ela consigo dar forma a meus sentimentos e desenvolver outras técnicas artísticas”, revela Gabriella.

Em seus trabalhos ficam evidentes as temáticas do empoderamento feminino e da sexualidade, tratadas com muita força e sem pudor. Já no último ano, a artista entrou de cabeça no abstracionismo poético, principalmente nas séries Espelho e EGG.


COLLA GG, de Gabriella Garcia (Foto: Reprodução)

INGRID BITTAR

A artista começou seus trabalhos de colagem em 2012, com temáticas relacionadas a origens e migrações familiares. Em 2015, o trabalho se desdobrou para o bordado e técnicas mistas. “Eu gosto da ideia de trabalhar com o que já existe, de poder reorganizar o que vem como um pacote pronto para nós e fazer novas conexões”, conta Bittar. Neste mês de fevereiro, ela compartilha seus conhecimentos no workshop estendido de colagem do Atelier Branco, no Rio de Janeiro.


Britta, de Ingrid Bittar (Foto: Reprodução)

ANDRÉ BERGAMIN

O artista visual e ilustrador de Porto Alegre tem como diferencial o uso expressivo de cores e texturas, muito influenciado pelo surrealismo e pela pop art. Seus trabalhos já estamparam páginas de revistas de grande circulação, incluindo Época, Superinteressante e Galileu.


André Bergamin (Foto: Reprodução)

LUIZA DE ALEXANDRE

Dona do projeto “Colinho” (junção das palavras cola e carinho), Luiza de Alexandre usa a colagem como extensão de seus pensamentos. Temas culturais e feministas permeiam suas obras, que têm uma ligação estreita com a moda. A artista, que também faz as vezes de modelo, já colaborou com a marca Cem Freio e com o coletivo Brechó Replay.


Colinho, de Luiza de Alexandre (Foto: Reprodução)

DOMITILA DE PAULO

A série Deusas de Orun, de 2015, é certamente o trabalho mais marcante da mineira Domitila de Paulo, que usa sua arte também como expressão política e social. No ano passado, a artista ganhou visibilidade ao assinar a capa do álbum “Outra Esfera” da paulista Tássia Reis. As ilustrações têm forte conexão com suas origens e com o feminino.


Domitila de Paulo (Foto: Reprodução)

Gostou? Então que tal personalizar o seu Moto com colagens que têm a sua cara? Use a imaginação e mãos à obra!

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