Bolinha parada no centro, três oponentes de cada time nas margens opostas da quadra. Sai com a bola e o domínio do jogo quem for veloz o suficiente para chegar primeiro no centro. A contagem coletiva até o número três determina a disparada: assim tem início uma partida de bike polo. Fomos até a Praça Adayr Figueiredo conhecer a modalidade, adotada por ciclistas porto-alegrenses há alguns anos, e que se mantém viva nas segundas e quartas-feiras à noite — se o frio não for intenso, claro.
“As pessoas tendem a diminuir a assiduidade no inverno. E quando chove, não tem treino”, explica Árthur de Lima Cunha, 23 anos, jogador de bike polo há dois. O inverno rigoroso é uma particularidade de Porto Alegre com relação a outras capitais: no auge do inverno, com temperaturas que podem ser facilmente inferiores a dez graus, fica difícil sair de casa mesmo.

Oriundo do polo, esporte praticado com cavalos que se tornou popular no mundo por ser um hobby da aristocracia inglesa, o que hoje se chama bike polo era também uma maneira de os esportistas de antigamente treinarem na grama sem cansar os equinos. Qualquer bicicleta está apta ao esporte, mas os bikers gaúchos alertam: quanto mais leve for a bici, melhor.
Em Porto Alegre, o movimento para difundir o esporte começou timidamente em 2013, num encontro de biciculturas. “Lembro que foi uma pessoa do Rio de Janeiro que apresentou o esporte e deu alguns tacos para a galera”, rememora Luciano Anezi, 24 anos. “E eu nem jogava nesta época, só sei das histórias”, emenda ele, que joga bike polo desde 2016 e é um dos veteranos do grupo atual.

Desde então o bike polo tem uma alternância de adeptos, sazonais e fixos. Entra ano e sai ano, pessoas se mudam da cidade ou abandonam a prática, da mesma forma que chegam pessoas novas e curiosas, dispostas a aprender e treinar juntas.
“Boa parte das pessoas que vêm é porque estavam pedalando, passaram pela praça e pararam para nos ver jogar”, conta Lenon Pinto, de 16 anos. Praticante assíduo e mais jovem do grupo, é ele quem guarda em casa os tacos comunitários que a galera usa para agregar quem chega na quadra com curiosidade e disposição para experimentar o esporte.

“Pra mim, bike polo é uma experiência única de domínio da bicicleta. É outra relação, é um jogo muito rápido. São seis bicicletas numa quadra pequena, tu estás girando, tem o taco, a bolinha e os outros, é muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. Ter a capacidade de controlar tudo isso é uma sensação incrível”, descreve Luciano.

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