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Cinco mulheres que fazem a diferença na indústria da música brasileira


Escrito por Motorola

Para celebrar o Mês da Mulher, trouxemos cinco mulheres que fazem a diferença no meio musical e que vão participar do Women’s Music Event.

Elas sempre estiveram lá. Seja como cantoras, produtoras, maestras, técnicas, engenheiras de som, empresárias ou produtoras, elas derrubam as barreiras do preconceito para trabalhar com uma das artes mais populares e genuínas: a música. Nos próximos dias 16, 17 e 18 de março acontece a segunda edição do Women’s Music Event, evento onde mulheres de diversas áreas da música se reúnem para falar sobre o mercado e como mudar o conceito de que gênero define a qualidade do seu trabalho.

A Motorola é uma das patrocinadoras oficiais do WME e, por isso, nós do Hub Hello Moto trouxemos cinco nomes de mulheres que estarão no evento para mostrar como elas estão transformando a realidade do mercado musical.

Da advocacia ao mundo do rap

Por muitos ela é conhecida como esposa de um dos integrantes dos Racionais Mc’s, um dos maiores grupos de rap do Brasil. Mas Eliane Dias não nasceu para ser coadjuvante, e sim dona da própria história. Além de administrar a carreira artística do seu marido, o Mano Brown, é ela quem comanda a Boogie Naipe, produtora na qual agencia outros artistas. O mundo do rap costuma ser muito machista e o curioso é que as mulheres retratadas em videoclipes desse estilo costumam ser, na maioria das vezes, brancas, magras e de cabelos lisos. Mesmo assim, Eliane vê uma oportunidade de ocupar esse meio que costuma ser bem machista.

https://www.instagram.com/p/BZh_OEcHGtt/?taken-by=elianedias_

“Agora eu sofro um pouco menos de preconceito por ser mulher no mundo do rap, mas eu não tinha nenhuma credibilidade e muita gente tentava me ‘passar a perna’. As mulheres negras estão ganhando visibilidade em todos os setores. Sempre resistimos e vencemos todas as dificuldades com muita força, inteligência, amor, respeito e um sorriso na cara. Em tempos difíceis, quem nos tem por perto sente-se bem melhor, damos mais ar. Não seremos coadjuvantes, dançarinas, seremos protagonistas da nossa história e tudo vai mudar, pode apostar”. Afirma Eliane Dias.

Você quer mulher DJ?

A moda e a música são uma dupla transformadora, principalmente nas mãos da DJ Flávia Durante. Além de discotecar em várias festas em São Paulo, a comunicadora desmistifica o padrão de mulheres magras que trabalham na noite, sendo também um exemplo para outras mulheres. Fora seu trabalho com a indústria musical, Flávia tem mudado o mercado da moda desde 2012 com a sua feira Pop Plus, que no mês de junho chegará na sua 21ª edição. A cada evento, cerca de 8 mil mulheres comparecem podem comprar diversas roupas de um tamanho maior e sempre mantendo muito estilo. Apesar de ser uma pessoa incrível, o preconceito acaba aparecendo na vida de Flávia, mas ela passa lindamente por todos os percalços.

“O preconceito nunca foi muito claro para mim, mas muitas vezes em que fui tocar na noite, principalmente os técnicos de som quando eles veem uma mulher dj, eles vem até em três achando que você não vai saber ligar equipamento, colocar fio ou até mesmo que não vai saber nada. Se isso não acontece, eles olham desconfiados e depois que você bota a pista pra ferver e funcionar com todo mundo dançando super feliz, eles chegam e falam ‘nossa, até que você manja mesmo’. Às vezes não é de uma forma consciente, porque eles estão tão acostumados que acabam agindo dessa forma desconfiada, né. Para mim, a cantora Adele e a Beth Ditto da banda The Gossip ajudaram a me identificar nessa expressão da moda. Um exemplo é o Pop Plus, o evento de moda plus size que eu organizo, o primeiro flyer foi com a Beth Ditto no cartaz, então elas sempre me inspiraram muito”.

Uma vez da música, sempre da música

A escritora Gaía Passarelli, autora do livro “Mas Você Vai Sozinha?”, foi VJ na antiga MTV Brasil. Mas um pouco antes, em 1997, Gaía criou junto com dois amigos um dos primeiros sites voltado para música no Brasil, o extinto rraul.com. A plataforma serviu como “porta” para ela escrever para veículos como Folha de SP, revista Rolling Stone, entre outros. Atualmente, a escritora se dedica a falar sobre viagens e tem até um blog sobre esse assunto, o How To Travel Light.

“O que eu posso dizer com segurança é que hoje a gente tem muito mais liberdade para criar os nossos próprios veículos para falar sobre qualquer assunto, independente de gênero, né. Imagino que a gente deu uma avançada, porém os problemas ainda existem e importante é que ainda estamos aí. Atualmente falamos bem mais sobre as adversidades que nós mulheres enfrentamos. Há 10 anos, provavelmente, eu nem estaria dando essa entrevista. Cantoras como a Karol Conká e Anitta trabalham com homens como parceiros musicais, mas elas não têm a carreira criada por um homem. Elas não se prestam a esse papel de imaginário masculino, porque são mulheres que estão muito no comando daquilo que elas estão fazendo. Já no âmbito mais underground tem a Letrux, que eu amo de paixão. Ela é uma artista e performer incrível que faz 100% das próprias músicas. No mercado de música, acho o que as meninas estão fazendo no Women’s Musical Event muito forte. O evento apareceu no ano passado e cresceu de imediato. Ele tem essa missão de unir as mulheres que trabalham no mercado da música levantando discussões e assuntos em comum, isso é importantíssimo.”

https://www.instagram.com/p/Bd8tIVpn64f/?taken-by=gaiapassarelli

Se juntas já causam, imagina juntas?

No final de 2016, a jornalista Claudia Assef e a produtora cultural Monique Dardenne se uniram para criar uma plataforma feita exclusivamente para mulheres na música, o Women’s Musical Event.

“Desde que criamos o WME, no final de 2016, vemos uma mudança acelerada, sim. Mas ainda falta muito! Muito mesmo! A gente adoraria poder chamar nosso evento de People’s Music Event (risos), mas por enquanto precisamos, sim, focar nas mulheres da música, tão sem voz em outros eventos por aí. Ainda há um longo caminho a ser trilhado, infelizmente. Queremos chegar num ponto em que o gênero não seja mais uma questão dentro dessa indústria, apenas se a pessoa é um ou um/a profissional gabaritado/a ou não”.  

Fiquem de olho aqui no hub Hello Moto para saber tudo o que vai acontecer nesta segunda edição do WME. Todas essas mulheres estão confirmadas para o evento e para ver a programação completa, acesse o site.

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