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Lugar de fruta é na rua


Escrito por Abril BrandedContent

Mapa colaborativo ajuda a identificar árvores frutíferas em Belo Horizonte

Foto: Camila Bastos. Legenda: A mesmo pimenta-rosa do supermercado pode ser achada na rua de graça.

Em plena Avenida do Contorno, uma das vias mais movimentadas de Belo Horizonte, alguns pontinhos vermelhos e pretos podem passar despercebidos pelos mais distraídos. Uma pena, pois tratam-se de algumas das últimas amoras da estação.  No dia a dia corrido, muita gente não se importa em olhar para a cidade e acaba perdendo a oportunidade de encontrar surpresas por aí. É para isso que existe o #hellocidades, um projeto de Motorola que mostra novas possibilidades de experimentar a cidade. No caso de BH, a experimentação é literal – dá até para sentir o gosto.

O projeto Fruta na Rua foi desenvolvido pelo casal de namorados Felipe Ivanicska e Priscila Ribeiro. Trata-se de um mapa colaborativo, criado há pouco mais de um ano, registra essa e muitas outras árvores frutíferas pela capital mineira. O objetivo é fazer com que as pessoas repensem a forma como se conectam com o espaço público da cidade e tudo que faz parte dele: pessoas, comércios, ruas e, é claro, as árvores. “A nossa ideia surgiu de uma inquietação muito grande. Tanto de ver os frutos se perdendo, quanto de ver muitas pessoas colhendo de maneira errada e machucando a planta”, conta Felipe.

Em uma lanchonete bem em frente à árvore descrita acima, a garçonete Lídia Ferreira, 23 anos, comenta que nunca havia notado nas frutas ali, muito embora seja uma grande fã das amoras. “A gente anda sempre com pressa e não repara”, pondera ela, que promete que agora vai ficar de olho e aproveitar para levar algumas para casa.

Foto: Camila Bastos. Legenda: Felipe dá o exemplo: encontrou amoras numa árvore na rua? Colha algumas e coma sem medo.

Com certeza, oportunidades de encontrar novas frutas não irão faltar já que, segundo um levantamento da prefeitura, das cerca de 300 mil árvores em Belo Horizonte, pelo menos 30 mil correspondem a espécies frutíferas. Hoje, cerca de 400 pés estão apontados no mapa, que já conta com mais de 50 mil visualizações.

Feira na rua

Não muito longe dali, Felipe aponta um outro pé bem produtivo, esse carregado de pimentas rosa. No supermercado, um saquinho com esses pequenos grãos não sai por menos de R$5, e o preço do quilo pode alcançar valores de três dígitos. “Ela é ótima para várias receitas, até caipirinha”, comenta Felipe.

Outras espécies valiosas são apontadas no mapa. A própria amora, que é encontrada em abundância pela cidade, costuma ser vendida por cerca de R$10 a bandeja pequena. Outra que dá o ar da graça pelas ruas de BH é a jaca verde, queridinha dos veganos e vegetarianos para substituir a carne desfiada em diversas receitas, mas dificilmente encontrada em mercados e sacolões. No mapa, um dos pontos em que ela está indicada fica na rua Alagoas, quase esquina com avenida Afonso Pena, no bairro Funcionários.

Para quem quer se aventurar na cozinha, a página do projeto no Facebook ainda divulga informações sobre as espécies da estação e formas criativas de prepará-las. Uma ótima maneira de trocar receitas, exibir fotos de colheitas e se conectar com os outros adeptos da feira na rua.

Oásis na cidade

De fato, não é comum encontrar pessoas subindo em árvores e colhendo frutas nos centros urbanos. Isso porque os moradores das grandes cidades, muitas vezes, têm mais facilidade em enxergar a natureza como algo longe da zona urbana. Para Juliana Gonçalves, cientista socioambiental e adepta da colheita de rua, as pessoas dão mais valor às frutas compradas nos mercados.

“Acho que as pessoas da cidade não comem fruta do pé porque acham que isso você só pode fazer numa floresta ou longe de urbanização. Elas veem as frutas no pé [nas ruas da cidade] e acham que pode fazer mal”, reflete Juliana, que defende que iniciativas como os mapas colaborativos são importantes ao ajudar a criar uma relação mais próxima com a natureza.

Para ela, o que falta não é informação, mas sim a vivência e o costume em se relacionar com essas árvores de forma mais direta. Felipe, do Fruta de Rua, concorda.. Nascido em São João Del Rey, uma cidade interiorana da região do Campo das Vertentes, ele conta que sempre conviveu com os pés de fruta a aprendeu a identificá-los bem cedo. “Essa relação acabou se perdendo quando eu me mudei aqui para Belo Horizonte, então o Fruta na Rua também é uma forma de retomar esse costume”, comenta.

Mercado virtual

O Fruta na Rua foi inspirado em outros dois projetos que se dedicam a mapear árvores frutíferas, o Inventários das Árvores e o internacional “Falling fruit” (fruta caindo, em tradução livre). Em Belo Horizonte, outras ideias similares se dedicam a destacar as possibilidades de encontrar frutas e outros alimentos nos espaços públicos de BH. Confira abaixo!

Jaca Verde

O Jaca Verde é especializado em falar sobre as Plantas Alimentícias Não Convencionais, ou PANCs, como são conhecidas. O projeto oferece cursos, oficinas e consultorias sobre esse universo ainda tão pouco conhecido, além de guiar passeios pelas ruas da cidade, onde os participantes aprender a reconhecer algumas espécies.

Mais informações: http://www.jacaverde.com/ ou

[email protected]

Bicicoleta de quintal

O projeto é composto por um grupo de ciclistas amadores que roda por praças, parques ruas e quintais domésticos de BH para colher frutas e plantas comestíveis. Entre outros, com as espécies encontradas, são produzidas compotas variadas, que podem ser encomendadas pela página do Facebook.

Mais informações: www.facebook.com/bicicoletadequinta[email protected]

Agora é sua vez de sair por aí prestando atenção nas árvores. Ainda dá tempo de encontrar amoras. Quem sabe, até goiabas ou abacates? Compartilhe fotos das suas colheitas com a hashtag #hellocidades nas redes sociais e siga redescobrindo as ruas de BH. A cidade está em hellomoto.com.br.

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