Conheça o projeto que transformou a comunidade recifense em um espaço de convivência e área de plantio
Quem passava pela região do Poço da Panela, na Zona Oeste do Recife, até o meio do ano passado, não teria como imaginar no que o espaço se transformaria. O local era totalmente degradado, com lixo e entulhos acumulados por todos os lados.
A situação mudou quando um grupo formado por jornalistas, engenheiros, artistas plásticos, arquitetos e agroecologistas se uniu em prol da comunidade. O projeto recebeu o nome de Jardim Secreto e surgiu com o objetivo de transformar o terreno abandonado em um espaço de convivência e área de plantio, com jardins comestíveis, medicinais e ornamentais.
Mas nada disso seria possível sem o engajamento dos moradores e amigos do Poço da Panela, que decidiram por conta própria sobre as suas necessidades. “O diferencial do Jardim é que ele foi construído com a união de várias forças diferentes, o que pode ser um bom exemplo de como a gente consegue transformar a nossa realidade”, pontua Rômulo Menezes, um dos nomes por trás da iniciativa.
O engenheiro agrônomo assinala ainda a importância que o local tem como área de agregação. “Hoje aqui existem amizades de pessoas que há muitos anos moravam próximas, mas que nunca tinham se falado. O Jardim Secreto proporcionou esse encontro de grupos heterogêneos”, completa.
Contato com a natureza
Localizado às margens do rio Capibaribe, em uma área de proteção ambiental, o Jardim Secreto é um verdadeiro oásis em meio ao caos urbano. “A gente está em volta de vários prédios e tem esse espaço de natureza, onde as crianças podem mexer com a terra, fazer agricultura, ver animais”, analisa Raynaia Uchôa, outra integrante do projeto.
O espaço também funciona como um núcleo de educação ambiental para troca de conhecimento e prática dos princípios da agroecologia e permacultura. Para ela, toda essa mobilização fez com que as pessoas voltassem a ter um vínculo maior com o rio. “A gente acaba se dando conta de outros problemas como a poluição do Capibaribe, os esgotos, a quantidade de lixo que a gente produz dentro de nossas casas, nossa alimentação cheia de agrotóxicos e a questão da desigualdade social”.
Atividades extras
Outras atividades movimentam o local, como os bazares promovidos com o intuito de arrecadar dinheiro para ser reinvestido no próprio Jardim.
“A gente planta hoje uma semente muito importante que é o amor. Aqui a gente planta e colhe amor, e é isso que está fazendo essa energia circular. Amor à cidade, às pessoas e à natureza. Está todo mundo entregue de corpo, alma e coração para esse projeto dar certo”, finaliza Fábio Carvalho, mais um membro e entusiasta do projeto.
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