Produtores de quadrinhos, zines e outros tipos de arte independente ganham espaço em São Paulo
Por muito tempo, artistas precisavam contar com a disponibilidade e a aceitação de grandes editoras para terem seus trabalhos publicados em larga escala. A via crucis, porém, foi se extinguindo – e dando lugar a uma produção independente que, cada vez mais, perde a conotação de underground e ganha força até mesmo para bater de frente com grandes empresas do ramo.
São Paulo, como não poderia deixar de ser, já tem espaço para esses artistas. Com um número cada vez maior de feiras especializadas neste tipo de arte, a cidade uniu o útil (um mercado que precisava ser explorado) ao agradável (artistas e consumidores dispostos a entrar neste meio). O #hellocidades, projeto de Motorola que sugere novas vivências dentro de ambientes urbanos, conta brevemente as histórias de alguns artistas que saíram ganhando com essa nova tendência.
É o caso de Thales Molina, designer que publicou, em 2016, seu primeiro quadrinho, Vagaluz, durante a Comic Con Experience, megaevento de cultura nerd que chegará à quarta edição entre os dias 7 e 10 de dezembro de 2017. Thales, que morou durante muitos anos em Recife, sentiu a diferença da arte em São Paulo. “Em Recife, via muitos autores produzindo e se dedicando, mas a quantidade de pessoas que podem consumir também influencia. Sem falar na inspiração e quantidade de informação que acabamos absorvendo a cada dia [em São Paulo]”, diz.
Esta também é a opinião de Julia Bax que, no Brasil, publicou três HQs independentes (Remy, Quina e Nina & Tomas). “Vim do interior de São Paulo e senti a diferença quando cheguei. Acho que a pluralidade é um dos combustíveis principais dessa produção”, conta. Para além da CCXP, a ilustradora que já trabalhou para a Marvel Comics nos Estados Unidos também indica a Feira Plana, que tem exposições e eventos pontuais (o próximo acontece em março de 2018) e o Ugra Fest, que aconteceu nos dias 8 e 9 de julho no SESC Belenzinho e que mantém uma loja física de publicações independentes.
A ítalo-brasileira Bárbara Malagoli, que teve a coleção de prints Flutuantes publicada pela editora independente Bebel Books, inclui na lista a Feira Des.gráfica 2017, que acontece nos dias 3, 4 e 5 de novembro no Museu da Imagem e Som. Malagoli, porém, sente falta de pequenas galerias e exposições de arte na cidade. Mesmo assim, acredita que o mercado independente está melhorando a aproximação entre autores e públicos graças às feiras.
E o contato também permite evolução – pelo menos é o que pensa o autor Felipe Sali, que publicou o livro Mais Leve Que O Ar pela editora independente Lote 42. “Também é mais fácil aceitar sugestões dos leitores nas minhas obras sem precisar passar por todo o maquinário de uma editora grande”, explica.
Quem consome esse tipo de arte também tira proveito da proximidade com o artista. A designer curitibana Amanda Jungles, que mora em São Paulo há um ano e também indica a Feira Breve, que acontece no início de novembro, acredita que existe uma correlação entre a identificação com o trabalho e o benefício não apenas de conhecer o autor, mas os processos criativos que os levaram a criar suas obras.
Para ter contato com a arte independente de São Paulo, fique ligado na programação dos eventos, siga os artistas preferidos nas redes sociais e fortaleça o trabalho de quem decidiu encarar de frente o desafio que é viver de arte. E, claro, compartilhe suas experiências com a arte independente – seja como consumidor ou como produtor – com a hashtag #hellocidades e mostre como a arte transforma sua vivência em São Paulo! Para saber mais, se ligue no hellomoto.com.br.
Plana Festival Internacional de Publicações de São Paulo
Quando: 23, 24 e 25 de março de 2018
Local: Cinemateca Brasileira (Largo Senador Cardoso, 207)
Des.gráfica 2017
Quando: 3, 4 e 5 de novembro
Local: Museu da Imagem e Som (Av. Europa, 158)
Ugra Press
Rua Augusta, 1371 – loja 116
Feira Breve
Quando: 2 de novembro
Local: LAJE (Rua João Ramalho, 1494)