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O amor à primeira onda da Brasil Surf Girls


Escrito por Motorola

Projeto promove o empoderamento de surfistas mulheres nas praias cariocas

Desde a década de 1930, as areias do Rio de Janeiro se tornaram palco de um dos esportes radicais mais populares do mundo, o surf. As terras cariocas já sediaram diversos campeonatos e até etapas de mundiais na categoria. Não à toa, o esporte também tem papel importante na nossa cultura.

O antigo Píer de Ipanema, além de servir como palco para surfistas, foi inspiração para artistas como Caetano Veloso, Cazuza e Gal Costa escreverem sobre os jovens subversivos da época da ditadura militar.

Baby Consuelo cantando Menino do Rio, música escrita por Caetano Veloso para Petit, surfista símbolo década de 1970.

A mulher no surf carioca

Porém, sempre houve uma diferença gritante quando o assunto é mulheres no mundo do surf. Isso porque o sexo feminino era tipicamente visto apenas como símbolos de beleza em concursos como garota da praia, por exemplo. Outro título bem pejorativo é o de “maria parafina”, nome que denomina mulheres que gostam de surf apenas para correr atrás de homens que praticam esse esporte.

Indo de encontro a esse estereótipo, a empresária Mariana Vervloet largou sua carreira no estado do Espírito Santo para apostar em seu sonho e maior paixão, o surf. “ Fui pro Rio de Janeiro sozinha, sem conhecer ninguém e achei que seria mais fácil. Quando cheguei, tinham poucas mulheres nessa época no surf”, revela Mariana.

Mariana Vervloet. Foto: Altas Produções.
Mariana Vervloet. Foto: Altas Produções.

O machismo que Mariana enfrentou ia mais fundo. “Por ser mulher, havia esse preconceito de achar que a gente tava na água pra desfilar de biquíni e não realmente pelo surf, de querer evoluir e de querer aquele esporte pra vida”, contou a empresária.

A conexão do mar

Pensando em uma forma de unir mulheres através das ondas, Mariana criou um grupo exclusivamente feminino no surf carioca, o Brasil Surf Girls. “Quando eu entrava no mar e via alguma mina surfando, rapidamente me aproximava, me apresentava, saia da água e anotava o telefone. Então quando eu fui ver tinha muitos contatos e montei um grupo no whatsapp. Foi ali que iniciou o meu Projeto”.

Com o slogan “o mar nos conecta”, já faz cinco anos que a BSG incentiva e fomenta o surf feminino na cidade maravilhosa. Tendo como sede uma casa na Praia da Macumba, na Barra da Tijuca, lá mulheres de toda parte do Brasil recebem treinamento tanto para se profissionalizar no esporte como para fazer parte do grupo e pegar uma onda nos tempos livres com outras meninas.

Jessica Bianca, atleta e instrutora de surf do BSG ressalta todo o preparo que ela recebe e dá para outras alunas. “Aqui eu tenho todo o suporte que um atleta precisa como: natação, apneia, treinamento físico, nutricionista, fisioterapeuta, psicóloga etc. Tudo isso me deixa super confiante para competições, pois me sinto muito bem preparada fisicamente e psicologicamente”, completa a atleta.

Jessica Bianca. Foto: Felipe Sene.
Jessica Bianca. Foto: Felipe Sene.

Pegando onda com a tecnologia

Mesmo que as meninas do BSG não consigam levar o smartphone para a água, a comunicação que essas mulheres conseguem através do aparelho permite que elas se encontrem dentro da água por causa do surf.

“A tecnologia nos ajuda demais. Tudo que a gente conseguiu foi através das redes sociais, principalmente do smartphone. Como cada menina está em um lugar diferente, conseguimos ver qual praia tem onda, marcamos o surf, então reunimos várias meninas pra podermos estar surfando juntas e isso é muito incentivador”, completa Mariana.

Como atleta, a Jessica não abre mão do uso do smartphone para auxiliar na sua rotina de surfista. “Uso ele pra ver previsões de ondas, para divulgar meu trabalho nas redes sociais, assistir vídeos para me inspirar antes das sessions, entrar em contato com minhas parceiras de equipe para treinarmos juntas entre muitas outras coisas”.

Se você se interessou pelo trabalho desenvolvido pelas meninas do BSG, entre em contato através das redes sociais delas (Facebook e Instagram). Os encontros para pegar uma onda juntas são marcados via whatsapp. Para fazer algum treinamento, mande um e-mail para [email protected].

Não deixe de curtir o surf feminino no Rio de Janeiro e usar as hashtags #HelloCidades e #Hellorio nas redes sociais para saber tudo o que acontece à sua volta.

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