Conversamos com o grupo que tem organizado eventos de RPG voltado para as minas em Belo Horizonte
Fichas preenchidas, dados de 7 lados sobre a mesa, agora todos estão atentos ao que o Mestre irá narrar. Com a imaginação, monstros ganham vida e um grupo de guerreiros corre pela floresta empunhando cajados, espadas, arco e flechas, se preparando para a batalha que se aproxima.
Assim são muitas partidas de RPG (role-playing game, ou “jogo de interpretação de papéis” em tradução livre), e em Belo Horizonte um grupo chamado RPGirls procura construir espaços e eventos que incentivam uma maior participação das mulheres no universo dos jogos analógicos.

Nós do Hello Moto, através do colaborador Marcus Vinícius Evaristo, conversamos com o grupo e estivemos presente na primeira edição do “Jogue como uma Garota”, evento organizado por uma equipe totalmente feminina.
Encontro
O RPGirls nasceu do encontro de um grupo de garotas que frequentavam um mesmo clube de jogos em Belo Horizonte, o Sétima Armada. “Sentíamos falta de um ambiente inclusivo que respeitasse e entendesse mulheres”, explicam.

Mesmo carregando RPG no nome, o grupo não se limita a essa modalidade: “O primeiro evento que organizamos, logo no início do grupo, se chamou Quero Jogar RPGirls e foi realmente mais focado em RPG. Mas depois dele percebemos que a comunidade era muito maior e sentimos a necessidade de englobar outros jogos analógicos”.
Jogue como uma garota!
Após quase três anos de muita história, organizando palestras, rodas de conversas, cursos, vídeos, tutoriais, podcasts e trocas de vivências entre mulheres, o grupo organizou um primeiro grande evento que ia além do RPG, o Jogue Como uma Garota, no final de julho.

O evento reuniu cerca de 200 pessoas, das quais 110 eram mulheres, de acordo com os dados coletados durante a inscrição em um sorteio. Homens eram bem-vindos e podiam participar dos jogos, mas o protagonismo feminino era uma marca característica, diferente de outros eventos do gênero.
“Aconteceram 7 mesas de RPG ao longo do dia, todas elas com narradoras/mestras mulheres — dentre elas, uma menina de 7 anos que narrou uma aventura para crianças em um sistema que ela mesma criou”, relataram as organizadoras, fazendo um balanço positivo da experiência.

Também ocorreram mesas de Magic: The Gathering e diversos outros jogos de tabuleiro e cartas. “Pelo contato com elas [as pessoas] durante o evento, acreditamos que tivemos participantes de diversos cantos diferentes de Belo Horizonte, assim como da Grande BH”.
Grande parte da divulgação aconteceu nas redes sociais e os smartphones cumpriram um papel fundamental na comunicação do grupo, que sempre precisava recorrer ao Whatsapp
para trocar mensagens rápidas sobre a organização. “Sem essas tecnologias a realização do evento teria sido inviável”.
Do analógico ao digital

Como qualquer amante do universo geek, as meninas do RPGirls não se limitam aos jogos anológicos e nos deram algumas dicas de games para smartphones que os fãs de RPG podem gostar: “Para smartphone indicamos Knights of Pen and Paper +1 ou 2, ele segue uma lógica muito parecida com RPG de mesa e é super divertido”.
“Fora da pegada RPG de mesa tem: Eternium, Postknight e Inflation RPG. Pra quem gosta de opções nas quais as escolhas que você faz durante o jogo te levam para um final diferente e está disposto a ler tem Aventura de sobrevivência Estação ZARYA-1 e os jogos da linha Lifeline — os jogos Lifeline são em inglês, também para smartphone”.

Gostou dessa matéria? Então confira mais conteúdo na aba Hello Cidades aqui no Hello Moto e não deixe de compartilhar as coisas interessantes que acontecem na sua cidade com a hashtag #hellocidades.