Um passeio sonoro pela cena atual do rock independente
“Onde é que está meu rock’n roll?”. A pergunta lançada por um Loki há décadas atrás ainda ecoa quando a proposta é encontrar novas bandas de rock para se ouvir.
Para falar um pouco sobre o momento atual do rock no Brasil e montar uma playlist digna do Dia do Rock, a Motorola convocou integrantes das bandas Bike e My Magical Glowing Lens para indicar os sons que fazem suas cabeças e ouvidos.
O rock morreu?
Sexagenário, o rock já teve muitas vidas e encarnações. No Brasil, o gênero musical se misturou aos ritmos regionais e desde muito cedo criou sotaque próprio.
Da alquimia d’Os Mutantes, passando pelas provocações do Raul, à afrociberdelia de Chico Science e o fuzz de Fernando Catatau, o rock sempre fez sua história sem se importar com rótulos ou depender de holofotes.
Se nos últimos anos as bandas que defendem o estilo sumiram das rádios e programas de TV, a cena independente se fortaleceu com a facilidade de espalhar seus decibéis pela rede mundial de computadores.
Na busca por uma identidade própria, muitos artistas tendem a questionar os limites ideológicos e estilísticos do velho rock, como pontua Gabriela Terra Deptulski, mente por trás da My Magical Glowing Lens:
“A gente tem que se desgarrar um pouco desse termo, por que é um termo que já está super gasto. É tipo rock psicodélico. Ele tá super gasto, vazio, não faz mais sentido mantê-lo. Eu acho que a gente tem que fazer música.”
Pé na estrada
Enquanto os canais virtuais servem para espalhar as músicas, viajar o país e estar frente a frente com o público é a forma mais direta e visceral de divulgar o próprio som – e de tentar viver da música.
Acostumados a rodar de norte a sul, a Bike já levou seu som espacial também para a Europa, tocando inclusive no Primavera Sounds, tido como um dos melhores festivais de música do globo.
Com o álbum Cosmos figurando em várias listas de melhores de 2017, a My Magical Glowing Lens tem expandido seu território dentro do Brasil. Com a experiência acumulada dos últimos anos, Gabriela contou ao Hello Moto sobre a dificuldade de transpor a atenção inicial que uma banda recebe para um trabalho maduro e profissional:
“Todo mundo tem que sobreviver, não existe fazer música apenas por amor. A não ser que você tenha outro emprego e faça música também. Mas se você quer realmente seguir carreira musical, não tem dessa. Você tem que tirar dali o seu sustento e tem que começar a pensar em como tirar o seu sustento. Então é nessa fase de amadurecimento que eu vejo que a gente (músicos independentes) está.”
O rock independente hoje
Prestes a encarar mais um turnê em terras europeias para divulgar seu disco mais recente, o guitarrista e vocalista Julito Cavalcante indicou seus sons favoritos ao Hello Moto e deu sua visão sobre o momento do rock no país:
“A cena da nova música brasileira segue firme e crescente, cada vez mais plural, atingindo públicos maiores e chegando em lugares que antes não eram possíveis, além de ter cada vez mais artistas e bandas tocando fora do país e chamando atenção pro que tem sido criado aqui dentro.”
Além de apontar o momento de amadurecimento das bandas, Gabriela vê na ruptura com o rock tradicional um caminho para a música e na abrangência de públicos e novas formas de produção um caminho para o desenvolvimento da cena.
Rock todos os dias e festa todas as noites
No dia 21 de julho, Bike e My Magical Glowing Lens dividem o palco do CCSP, em São Paulo, dentro da programação do festival Centro do Rock 2018. O show promete ser uma ótima oportunidade de imersão no som das duas bandas.
Agora, sim! Depois de conhecer um pouco dos nossos artistas convidados, está na hora de conhecer os sons que eles selecionaram. Aumente o volume e dê o play nessa lista bolada especialmente para o Dia do Rock.
Continue acompanhando o Hello Moto para conhecer mais sobre a cena musical do país.