Conheça o projeto de dois jovens da periferia de Porto Alegre que torna a moda acessível
Transformar uma peça usada no look desejado é a proposta do Arte Customizando, projeto de customização de roupas e calçados de Luiz Henrique Bastos, 23 anos, e Kennya Menna, 18.
Moradores dos bairros Restinga e Hípica, na periferia de Porto Alegre, respectivamente, os dois jovens levam estilo próprio a quem não pode comprar produtos importados ou quer dar um toque personalizado ao vestuário. O Hello Moto deu um rolê com eles pelo centro da capital gaúcha para entender melhor o que os motiva.
![Kennya Menna e Luiz Henrique Bastos: a parceria que resultou no projeto Arte Customizando](https://www.hellomoto.com.br/wp-content/uploads/2018/11/MOTOROLA_CORPO_HELLOMOTO_HELLOCIDADES_POA_ARTE_CUSTOMIZANDO_4.jpg)
“É uma questão de dar identidade para nós mesmos, vestir aquilo que a gente quer e não o que a sociedade espera que a gente vista. Também em relação à autoestima, às vezes a gente tá na rua e as pessoas notam o estilo”, pondera Luiz. As principais inspirações da dupla são o rap e hip-hop norte-americanos. No início, eles iam a festas com roupas customizadas e despertavam atenção. A galera gostou e começou a pedir encomendas.
![“Pedidos começaram com amigos de amigos e depois se espalharam pela cidade”](https://www.hellomoto.com.br/wp-content/uploads/2018/11/MOTOROLA_CORPO_HELLOMOTO_HELLOCIDADES_POA_ARTE_CUSTOMIZANDO_1.jpg)
Jaquetas jeans com o rosto de artistas e personagens de desenho animado, textura camuflada, xadrez, tênis e chinelos com glitter ou que fazem alusão a estampas da moda, estão entre as principais produções do Arte Customizando.
Feitos à mão, à base de tinta de tecido, tinta acrílica, glitter e muita criatividade, a ideia principal é mostrar que se pode incorporar uma nova cara a itens sem uso no armário. “Às vezes o pessoal tem um tênis que já está meio batidinho e acha que não tem mais conserto. Não há nada que uma customização não ajude”, defende Luiz. Hoje, o trabalho deles varia de R$ 80,00 a R$ 250,00.
“Eu não me considerava um customizador. Mas com o tempo, a técnica foi aprimorando…”, emenda ele que, conforme a complexidade do pedido, chega a ficar até oito horas em cima de uma peça. “Tem gente que olha e acha que a pintura é uma estampa”, destaca Kennya, que comanda a parte administrativa, precificação e contato com os clientes. O sonho é ir além da customização e ter a própria loja de roupas.
![Além de parceiros de trabalho, Luiz e Kennya foram pais adolescentes juntos](https://www.hellomoto.com.br/wp-content/uploads/2018/11/MOTOROLA_CORPO_HELLOMOTO_HELLOCIDADES_POA_ARTE_CUSTOMIZANDO_2.jpg)
Para manter o fluxo, as referências técnicas são absorvidas de vídeos do Youtube e perfis de Instagram ligados a customização, em especial os internacionais. A profissionalização veio com o tempo. Há seis meses o secador de cabelo foi aposentado em decorrência da compra de um soprador térmico, usado para secar a tinta mais rápido e, assim, agilizar o processo a cada demão.
![Customizações são inspiradas no estilo de rappers norte-americanos](https://www.hellomoto.com.br/wp-content/uploads/2018/11/MOTOROLA_CORPO_HELLOMOTO_HELLOCIDADES_POA_ARTE_CUSTOMIZANDO_3-1.jpg)
A customização é feita a partir das peças dos próprios clientes. Segundo eles, o pessoal voltado para o rap e o grafite gosta, mas o trabalho atrai pessoas de todas as idades, gostos e classes sociais. “O pessoal do pagode gosta também, e já tivemos clientes de fora de Porto Alegre”, conta Luiz.
Para quem quiser acompanhar o trabalho do Arte Customizando, as redes são frequentemente atualizadas com novas criações: @artecustomizando / Arte Customizando