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Do Maranhão para o mundo


Escrito por Motorola

Confira a nossa entrevista exclusiva com Pabllo Vittar!

Pabllo Vittar, definitivamente, não veio ao mundo a passeio. Nascida no interior do Maranhão, a cantora e drag queen morou também em Uberlândia, Minas Gerais, até se lançar oficialmente para o mundo com “Open Bar”, sua versão da música “Lean On”, sucesso de Major Lazer com a cantora MØ. Desde outubro de 2015, mês em que o clipe foi divulgado, a vida de Pabllo sofreu uma completa reviravolta. Na versão da maranhense, o hit eletrônico ganhou ritmo de pagode e remix feito por uma turma de peso: DJ Gorky, Omulu, Strausz e Maffalda. Foi Gorky [que fazia parte do Bonde do Rolê e trabalha também com a Banda Uó], aliás, o responsável por toda a produção do primeiro EP da Pabllo, lançado no começo deste ano.

Antes disso, a voz poderosa da maranhense já havia caído nas graças do cantor Daniel durante uma reportagem do programa Carona, da TV Integração. Depois de “Open Bar”, quem se encantou com o talento de Pabllo foi o produtor americano Diplo – que é fã de funk e já trabalhou com diversos artistas brasileiros.

“Eu esperava que iria ter um rebuliço porque, quando eu escrevi, já achei a letra hilária. A gente gravou e fez o clipe em dois dias, e no terceiro dia a gente lançou”, conta a cantora, aos risos. Logo depois do sucesso nada tímido da música, que já conta com quase 2 milhões de visualizações no YouTube, ela também lançou versões de faixas da Ellie Goulding e da Beyoncé. Graças a todo o barulho que fez nas redes sociais, a cantora foi chamada para fazer parte da banda do programa Amor & Sexo, comandado por Fernanda Lima, na Rede Globo.

Pabllo Vittar no programa Amor & Sexo (foto: divulgação).

Para Pabllo, que no início usava o Facebook como meio de divulgação, esse processo de sair das redes sociais e “invadir a casa das pessoas” foi um divisor de águas em sua carreira: “Agregou mais pessoas que não conheciam meu trabalho. Recebo muita mensagem de senhoras que ouvem meu EP, que gostam de mim. Poder alcançar outras pessoas é maravilhoso”, ela conta.

A presença na TV aberta de alguém com a trajetória de Pabllo deixa ainda mais clara a importância da representatividade nos dias de hoje. É um incentivo de peso para outras drags se sentirem mais confortáveis em vestir o que bem entenderem, e também para jovens que querem se montar, mas ainda têm medo da rejeição – especialmente em um país como o nosso, que tem o índice de violência contra transexuais mais alto do mundo.

Pabllo Vittar começou inspirando-se em RuPaul, drag americana que criou o reality show RuPaul’s Drag Race, mas hoje é ela quem inspira muitas outras iniciantes e ajuda a difundir o movimento, que já deixou de existir só nas baladas ou em eventos como a parada gay.

Agora a cantora está no processo de produção de seu primeiro álbum autoral, que vai ter duas músicas produzidas pelo Diplo e mais algumas participações especiais. Para o disco, que deve sair ainda no primeiro semestre de 2016, Pabllo prometeu trazer músicas mais maduras, mas sem fugir do estilo de “Open Bar”. E, claro, “muita lacração”!

“É difícil? É. Mas olha onde eu tô hoje!”, ela finaliza. E isso é só o começo.

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