Conversamos com os produtores da festa que tem movimentado a cena artística e cultural de Belo Horizonte
Ruas, avenidas, fábricas desativadas, galpões, museus… espaços que antes poderiam passar despercebidos numa metrópole ganham vida com as festas itinerantes que movimentam a cena cultural de Belo Horizonte.
A MIENTRAS DURA, festa que busca unir instalações visuais e performances artísticas com o “world beats” (música eletrônica misturada com ritmos e sonoridades de diversos lugares do mundo), é um exemplo de como o “fervo” também pode ser uma ferramenta para redescobrir as cidades.
Nós do Hello Moto conversamos com Yonanda Santos que, junto com Breno Oliveira, idealizou e produz a MIENTRAS DURA há três anos.
A festa em que queríamos ir
Apesar de Belo Horizonte ser conhecida como a “capital nacional dos botecos” com mais 14 mil estabelecimentos, Yonanda e Breno sentiam falta de outras opções para curtir a noite e se perguntavam para onde ia toda a potencialidade que se expressava no carnaval de rua depois que a folia acabava.
“E pelo jeito nós não éramos os únicos”, conta. “A primeira MIENTRAS DURA aconteceu em março de 2015 e logo depois surgiram os coletivos MASTERp la n o e 101Ø. Hoje somos os três principais projetos dessa cena independente de música eletrônica de BH. No fim das contas, criamos a MIENTRAS DURA para ser a festa em que queríamos ir”.
Apesar do nome que significa “Enquanto Durar”, dialogando com o conceito latino “Carpe Diem”, a festa agradou o público belo-horizontino e já é realizada há três anos. A interação dos mais diferentes artistas, como burlescos, drag queens, performers e acrobatas circenses com as instalações tecnológicas cheias de luzes garantem o sucesso das edições bimestrais que reúnem cerca de 1200 pessoas.
“O projeto surgiu para ser algo efêmero e o nome já prenunciava seu fim mas, após três anos, hoje sentimos ele mais vivo e potente do que nunca”, completa Yonanda. “Nós não conhecemos outro projeto que une instalações visuais, performances artísticas, world beats e cultura queer da forma que a gente faz”.
Redescobrindo a cidade
Por ser uma festa itinerante, a MIENTRAS DURA faz com que seu fiel público ande por diversos cantos da cidade e crie relações com lugares antes desconhecidos. “Muitas vezes também acontece a ressignificação de um espaço através das vivências de novas experiências nele”.
O primeiro local em que a festa aconteceu foi a Benfeitoria, espaço responsável pelo início do movimento de ocupação artística e cultural da Rua da Sapucaí, segundo Yonanda. Na Virada Cultural de BH, a festa participou do palco da Guaicurus e lotou a histórica rua conhecida por sua agitada vida noturna.
“Já fizemos algumas edições no Espaço Centoequatro, que costumava ser uma fábrica de tecidos e hoje é um centro cultural num prédio protegido pelo patrimônio histórico. Nossa edição de aniversário de 3 anos foi na área externa de uma antiga distribuidora da Coca Cola, numa zona industrial de BH”, conta Yonanda.
Em suas pesquisas de locação, a prioridade tem sido descobrir novos ambientes, se aproximando das zonas periféricas: “Pra nós esse é um movimento muito positivo que facilita o acesso de pessoas que vivem fora das áreas centrais e faz com que quem mora no centro explore mais a cidade”.
Tecnologia e experimentação
Essencial para sua realização, a tecnologia permeia toda a festa, seja nos temas escolhidos, como “Abduções ancestrais” e “Odisseya Intergalatik”, ou nas instalações que garantem grandes efeitos visuais que levam o público ao êxtase enquanto rola a batida.
“Além de produtores culturais, fazemos parte de um estúdio de tecnologia criativa chamado MIR. Vemos a festa como espaço de experimentação para projetos de videomapping, LED mapping, instalações interativas etc”, revela Yonanda.
Para além disso, os smartphones estão por toda a parte: “Como a MIENTRAS DURA tem essa experiência estética muito completa, com elementos cenográficos impactantes, performances e um público que se monta muito, o maior uso do smartphone é pra tirar fotos e postar nas redes sociais”.
Outros projetos
Partindo do sucesso da MIENTRAS DURA, a dupla também desenvolve outros projetos, como a MIKATRETA, festival colaborativo de música eletrônica que ocorre durante o carnaval, e a MANDARINA, festa diurna que toca house e world music, sempre em uma casa com quintal e piscina.
“A MANDARINA surgiu da nossa vontade de fazer uma festa menor e diurna onde as pessoas pudessem conviver de dia e se conectar em outra dinâmica. Vem também de um desejo nosso de explorar o lado mais house e disco do world beats”, conta Yonanda.
Nós do Hello Moto enviamos um moto z² play e um snap moto insta-share projector para ser utilizado durante a terceira edição da festa. “As pessoas ficaram muito impressionadas com o projetor. Todo mundo se juntava em volta pra ver o que era, queriam interagir e tudo mais”.
O snap Moto insta-share projector sendo usado durante a festa, imagens feitas com moto z² play
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