Como o poder da música encontrou o poder das HQs
Chegar do colégio e ir direto para o quarto. Fechar a porta, ligar o som e varar a tarde lendo quadrinhos. Quem já viveu essa cena facilmente se identifica com o projeto Rap em Quadrinhos. Quem não viveu também pode se identificar com a iniciativa.
Hoje, 30 de janeiro, é o Dia Nacional das Histórias em Quadrinhos. Para comemorar a data o Hello Cidades conversou com a dupla Løad e Loud para saber como surgiu a ideia de fazer um crossover entre super-heróis das HQs americanas e artistas do rap nacional.
Viajando no universo dos gibis
“Comecei a ler quadrinhos com 10 anos de idade, recebi uma caixa cheio de formatinhos e materiais do Conan e lá tinha uma revista do Homem-Aranha, desde então não parei de ler”. É assim que o youtuber Løad conta como se iniciou no fantástico universo das HQs.
Para o ilustrador Loud essa história tem uma narrativa semelhante. “Eu passava as tardes depois da escola lendo quadrinhos da turma da Mônica, Disney, Asterix, Batman… Lia, via desenhos animados e copiava os desenhos. Desde então, continuo leitor”.
No embalo dos beats e do mestre de cerimônias
Foi deslizando pelo asfalto de São Paulo que o rap entrou na playlist do Loud. “Em qualquer rolê de skate que a gente ia a trilha sonora ia do punk rock ao rap. Conheci muita coisa.. Racionais, RZO, Public Enemy, NWA.. etc, etc.”
“O rap sempre esteve presente por causa do meu pai. Desde pivete eu via ele ouvindo Detentos do Rap, Bezerra da Silva e outros grupos na laje que tinha em casa…”. Løad é ligeiro ao dar a letra sobre a importância do som na sua vida: “O rap sempre foi forte e sempre esteve na minha infância”.
Formando uma super-dupla no mundo real
“O Loud já tinha feito uma expo de punk rock em quadrinhos, fui no evento cobrir e trocamos ideias de como isso funcionaria legal com o rap”, nos conta Løad sobre como a união da dupla começou a se desenhar.
“Em uma das conversas, vimos que o universo dos super-heróis tem MUITO a ver com o rap e com o que nossos MCs cantam. Então, desenhei o Emicida de Miles Morales, mostrei pro Load e postamos… A galera pirou e fizemos mais 19!”, soma Loud à jornada heróica do projeto.
“Foi uma ideia bem conjunta assim, trocamos muitas ideias antes de oficializar algum mc”, finaliza Løad sobre o processo de criação da dupla.
Da 1ª arte ao sucesso viral
Mesmo trabalhando como as duplas clássicas que criaram heróis amados mundo afora, Løad e Loud não imaginavam que o Rap Em Quadrinhos teria tanta repercussão. A preocupação maior dos dois era ser o mais coerente possível na caracterização de cada super-herói do hip hop.
“Fiquei muito feliz em ver como alcançou um público que muitas vezes não lê quadrinhos ou até mesmo não ouve rap”, comemora Løad.
Para o ilustrador Loud, a ideia despretensiosa se tornou algo a mais. “Estávamos só nos divertindo. Quando chegava aos artistas e eles comentavam ou compartilhavam parecia uma sensação de missão cumprida”.
Foco na mensagem
Para finalizar essa história (por hora) a dupla materializou o projeto em uma exposição. Conhecer e ter um feedback de quem acompanhou e curtiu as criações foi a melhor maneira de sentir que a mensagem alcançou quem deveria.
E falando em mensagem, Loud encerra o papo contando a importância da figura do super-herói e do rapper para seus fãs. “Ambos são heróis… Ambas mensagens ajudam e fortalecem. A única diferença é que o MC é real e o herói inspira coisas boas na nossa realidade.”
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