#hellocidades
hellosãopaulo

A vez dos eSports


Escrito por Motorola

1ª etapa do CBLOL chega ao fim mostrando a força dos esportes eletrônicos no Brasil

A sigla LOL ainda não faz parte do seu léxico de palavras? Pois na internet, ela tem dois significados amplamente conhecidos. O primeiro é a abreviação de lots of laughs (muitas risadas). O segundo é League of Legends, game online com 100 milhões de jogadores ativos ao redor do globo.

Produtora do jogo, a Riot Games tem organizado no país desde 2012 o CBLOL, Campeonato Brasileiro de League of Legends, evento que integra o calendário mundial de competições de LOL, o jogo, não as risadas, rs.

Antes da final da 1ª etapa do campeonato, conversamos com as equipes finalistas, KaBuM E-Sports e Vivo Keyd, e com representantes da Riot Games para compreender o tamanho e o alcance que um evento como esse tem no país e no universo dos eSports.

O Brasil e a presença dos eSports

Quem pensa que a prática de esportes eletrônicos é apenas um passatempo destinado aos jovens está tremendamente enganado. Hoje, o Brasil conta com o 3º maior público de eSports no mundo, ficando atrás apenas de China e EUA.

A modalidade já ultrapassa esportes tradicionais, como o vôlei, tendo a 2ª maior audiência esportiva no país, perdendo (por enquanto) para a paixão nacional, o futebol. Estima-se que 11,4 milhões de brasileiros assistam a torneios de e-sports ao menos uma vez por mês, segundo estudo realizado pela Newzoo, consultoria especializada no mercado de games.

 

CBLOL, uma competição em ascensão

O 1º Campeonato Brasileiro de League of Legends aconteceu em 2012, como parte do Brasil Game Show, a maior feira de jogos eletrônicos da América Latina. Em 2014, mais um passo importante: a realização da final regional no ginásio do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro, com a presença de 6 mil fãs. No ano seguinte, um recorde e a consolidação da competição: 12 mil pessoas compareceram à grande final do CBLOL no Allianz Parque, em São Paulo.

Disputado em 2 etapas, o CBLOL proporciona aos times a chance de disputar competições internacionais. A equipe vencedora da 1ª etapa disputa o Mid-Season Invitational, segunda maior competição de LOL do mundo. Mais importante, a 2ª etapa do Campeonato Brasileiro define a equipe campeã do ano, aquela que irá representar o país no Campeonato Mundial de League of Legends.

Em 2016, primeiro ano em que o CBLOL foi transmitido pela TV paga, a final alcançou 2 milhões de espectadores, contando também com a audiência online. Número que aumentou para 2,6 milhões em 2017 e que deve ser ainda maior este ano.

 

O universo de um e-atleta

“Não comecei pensando em jogar profissionalmente, na época eu ainda estava no colégio e nem conhecia o cenário, até porque o cenário era absolutamente novo. Portanto, jogar profissionalmente foi uma evolução natural”, nos conta Matheus “Dynquedo” Rossini, midlaner da equipe KaBuM! e-Sports.

Perguntado sobre o caminho que um fã de games percorre até a profissionalização, Micael “micaO” Rodrigues, atirador da equipe Vivo Keyd, nos dá sua visão:

“Geralmente, o jogador se destaca nas rankeds, (ranking que posiciona os melhores jogadores do Brasil). Em seguida, monta um time amador ou é chamado para um. Se destaca nos campeonatos e tenta entrar para o Circuito Desafiante (a 2ª divisão). Quando conseguem vaga para o Circuito Desafiante, alguns se destacam e vão jogar em um time de elite.”

Adversários na final 1ª etapa do CBLOL 2018, os membros das duas equipes contaram que a rotina de preparação para um evento desse porte é intensa. As atividades incluem horários para acordar, se exercitar, estudar táticas de jogo e, claro, muito treino (de 8 a 10 horas por dia). Além disso, como ocorre em outras modalidades, os e-atletas contam com o acompanhamento de fisioterapeutas, nutricionistas e psicólogos.

 

De olho na grande taça

A grande final aconteceu depois de um encontro prévio na 1ª fase da competição, momento em que todos os times se enfrentam. Na ocasião, a equipe Vivo Keyd derrotou a KaBuM! e-Sports. Campeã do CBLOL 2014 e representante brasileira no Mundial daquele ano, a KaBum! chegou à decisão com um time de estreantes em finais.

Do outro lado, a Vivo Keyd esperava por uma oportunidade de superar seu histórico de “bater na trave”. Micael “micaO” falou sobre a expectativa antes do embate: “A line-up (equipe) que temos agora é conhecida por nunca ter perdido um campeonato no Brasil. Embora a cada ano que passa (a competição) vai ficando mais difícil, estamos bem confiantes”.

 

Sem deixar de lado o clima de revanche, Matheus “Dynquedo” da KaBum! ressalta, não importa o time que está jogando contra a gente e, sim, o que nós temos que fazer para vencer. O ideal é sempre focar em você mesmo para ter ótimos desempenhos”.

 

Apesar de mexer com os nervos e emoções de seus fãs, a competição é realizada em clima de cordialidade. Quem nos conta é Felipe “Yang” Zhao, topo da equipe Vivo Keyd: “A rivalidade entre as equipes é saudável, pelo menos entre a gente. Não sei se alguns chegam a ser amigos, mas somos conhecidos”.

O caminho da consagração dos eSports

Se dentro do mercado bilionário dos games os e-sports são um fenômeno mundial em plena expansão, ainda há aqueles que torcem o nariz e insistem em não reconhecer a modalidade como um esporte de fato. Perguntados sobre como lidar com essa resistência, membros das equipes finalistas expressaram suas opiniões:

“Essa questão eu acredito que vai ser resolvida com o tempo. Muitos atletas não tinham apoio dos pais, pois os próprios não acreditavam que fosse possível viver de algo como o eSports. Eu sou um exemplo, minha mãe não era nem um pouco fã dessa minha ideia, porém, hoje ela deve conhecer mais do cenário do que eu (rs)” Matheus “Dynquedo” Rossini, KaBuM! e-Sports.

“Acredito que é natural a maior parte das pessoas “torcerem o nariz” para o desconhecido. O novo, geralmente, acarreta desconfiança. Mas depois, com o tempo, costuma-se aceitar. Foi assim com diversos esportes, como surf e skate, por exemplo. Vamos conquistar o nosso espaço. Tenho certeza. A grande mídia já está dando abertura. E isso é apenas o primeiro passo” Caique Henriques, CEO da Vivo Keyd.

 

Disputada no dia 7 de abril, em São Paulo, a final da 1ª etapa do CBLOL 2018 levou 900 fãs aos estúdios da Riot Games para acompanhar in loco a acirrada disputa. Com direito a muita emoção e reviravoltas, a equipe KaBum! e-Sports garantiu a taça e uma vaga no Mid-Season Invitational.

 

POSTS RELACIONADOS

tudo sobre seu moto

O que é o Google Lens: A ferramenta que pesquisa o que você vê