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Festas alternativas ocupam as ruas de Porto Alegre


Escrito por Motorola

Como os coletivos GRETA e Arruaça têm utilizado a música para conectar pessoas com a cidade

Porto Alegre tem presenciado uma grande mudança provocada por iniciativas de ocupação do espaço público, dos blocos de carnaval e samba nos viadutos às feiras de consumo sustentável. Além da diversão, esses projetos trazem à tona temas como fomento à cultura, segurança, limpeza nas ruas e até questões ligadas ao meio ambiente.

A vida noturna da cidade também anda bem agitada. Coletivos como GRETA e Arruaça estão propondo novas alternativas de lazer, com festas itinerantes realizadas em lugares públicos pouco frequentados.

O Hello Moto, dentro do projeto #hellocidades, conversou com essa turma sobre música, tecnologia e relação com a cidade.

Uma pista aberta

Atualmente formado por uma trupe que gira em torno de 20 pessoas — entre DJs e produtores locais —, o Arruaça surgiu em 2014. O primeiro evento aconteceu no centro histórico de Porto Alegre, focado em sons que misturavam MPB com mixagens e elementos da música eletrônica.

Após quatro anos de existência, o grupo está consolidando a proposta de construir uma cultura de pista. “Hoje a festa toca basicamente gêneros da música eletrônica, em que predominam o techno e o house”, pontua Kika Lopes, uma das organizadoras do coletivo.

As festas acontecem sem uma periodicidade definida, mas costumam ter um intervalo médio de dois meses, em locais que são revelados apenas no dia. “Os espaços públicos pouco explorados, em sua maioria na zona central, são nossos pontos-chave para disseminar um pouco do que gostamos, que é a música”, explica Kika. E completa: “Nossa relação com a cidade é de exaltar a rua como forma de expressão, arte, cultura, encontros e lazer”.

Ocupar para existir

Foi pegando carona na agitação criada pelo Arruaça e por outros coletivos da cidade que surgiu o GRETA, em maio deste ano. O diferencial do grupo é que ele é formado apenas por mulheres, algo que surgiu de uma demanda latente, como afirma Paula Vargas, uma das integrantes do coletivo. “A cena de música eletrônica é composta majoritariamente por homens. Como o significado de GRETA descreve, propomos ‘rachar’ esse sistema homogêneo”.

Mare Viscaino e Fernanda Rizzo completam o time da GRETA. Juntas, elas produzem festas com maioria feminina atuando nos bastidores. “As festas são pensadas e feitas por mulheres em todos os detalhes, desde segurança e espaço até staff e lineup. Quando tem mulher produzindo, entende-se sobre espaço e a importância de ocupá-los!”.

O primeiro evento foi em um estacionamento no Quarto Distrito. Para incentivar a ida à região, que é uma antiga zona industrial da cidade bem pouco habitada, quem chegasse de bicicleta nas duas primeiras horas não pagava entrada. Uma forma de ampliar acessos e de pensar maneiras mais sustentáveis de viver o espaço urbano.

O movimento de pessoas para áreas que elas normalmente não frequentariam — por medo ou insegurança — também é uma maneira de ressignificar a cidade. “Queremos mudar a cultura por aqui, aprendi que para mudar as coisas temos que começar engatinhando. Queremos poder fazer festas de rua também quando conseguirmos capital para isso. Imagina uma festa só de mina na rua?”, reflete Paula.

A tecnologia como ponte

A existência desses eventos na cidade só é possível graças à interação via redes sociais. “Usamos bastante o Facebook para divulgar o evento e outros projetos em que as pessoas do coletivo estão envolvidas, além de outras festas na rua de outros núcleos, e o Instagram para divulgar o dia do evento, com fotos e vídeos em tempo real”, conta Kika. “A tecnologia acaba sendo nossa maior aliada para a divulgação por ser mais ‘barata’, embora já tenhamos usado outras plataformas, como lambes nas ruas. Mas como lambes e demais materiais gráficos geram lixo e têm custo alto, dificulta essa assiduidade de comunicação visual na cidade”, finaliza.

As festas também costumam ter bastante intervenção tecnológica, como instalações, jogos de luzes e videomapping. Essa união entre arte e música tem contribuído para tornar a experiência ainda mais rica e imersiva. A festa — e a tecnologia — como ponto de conexão entre ruas e pessoas.

Para saber quais serão as próximas empreitadas do Arruaça e da GRETA, vale acompanhar as páginas de ambos no Facebook. E não deixe de compartilhar suas experiências na cidade com a hashtag #hellocidades.

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